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10/12/2012

Roteiros de turismo religioso na Europa atrai milhares de turistas


Viajar não é só descansar em um hotel, ou conhecer museus. Hoje em dia há vários tipos de roteiros, como rural, de bicicleta, de praia, serra, de aventura, ecoturismo e até turismo religioso. Há quem vai atrás de suas crenças para alimentar a alma e a fé. Na Europa é muito comum casos de peregrinação e devoção a igrejas ou lugares sagrados.  A diferença de um turismo religioso é o seu calendário que é baseado nas festividades religiosas. Milhões de pessoas realizam esse tipo de turismo por ano. Mesmo os não crentes vão atrás de conhecimento cultural que envolve túmulos, santuários e celebrações religiosas.




Um dos lugares mais visitado é Fátima, em Portugal, que movimenta cerca de cinco milhões de visitantes por ano. Segundo a crença, no início do século XX, Nossa Senhora de Fátima teria aparecido para três “pastorinhos” que ali habitavam. Na Cova da Iria, Lúcia, Francisco e Jacinta foram testemunhas das aparições durante cinco meses seguidos. Foram revelados três segredos que Lúcia contaria ao mundo muitos anos mais tarde. Construída uma igreja e uma capela em homenagem a santa, que ficou conhecida como Nossa Senhora de Fátima, devido ao nome do local, atualmente, o santuário atrai um grande número de fiéis, sobretudo nos dias 13 de maio (data da primeira aparição) e 13 de outubro (última aparição).

Imagine cruzar a Espanha de leste a oeste a pé. Embora pareça cansativo, o Caminho de Santiago, na Espanha, é uma das peregrinações que reúne mais pessoas anualmente, cerca de 20 mil viajantes percorrem o trajeto a pé, de bicicleta ou a cavalo. Ancestral na rota de peregrinação - que se estende por toda a Península Ibérica até onde foram encontrados os restos mortais do apóstolo, São Tiago, ou Santiago, na qual hoje é conhecida a cidade de Santiago de Compostela – o caminho reúne andarilhos desde o século IX, quando homens e mulheres partiam de suas cidades tendo como destino o lugar sagrado.  O movimento teve seu auge nos séculos XII e XIII com a passagem de centenas de milhares de caminhantes. Hoje em dia, pessoas de todas as idades imitam os passos medievais e fazem este antigo traçado; uns por espírito religioso-cristão, outros por misticismo, busca interior ou apenas como uma grande aventura.


De acordo com a tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, São Tiago foi pregar as boas novas no extremo oeste da Espanha, passando um tempo em Galiza. Ao retornar à Palestina, foi preso e decapitado, e seu corpo foi jogado para fora das muralhas de Jerusalém. Dois de seus discípulos, Teodoro e Atanásio, recolheram seus restos e os levaram de volta ao ocidente de navio, aportando na antiga cidade de Iria Flávia, na costa oeste espanhola, sepultando-o secretamente em um bosque de nome Libredón.

Esquecido por oito séculos, o corpo foi redescoberto pelo ermitão, Pelágio, que afirmava que toda noite uma verdadeira chuva de estrelas caía todas as noites sobre um ponto no bosque, que emanava uma luminosidade intensa. Avisado do fenômeno, o bispo de Iria Flávia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local e encontrou uma arca de mármore com os ossos do santo. A notícia se espalhou e pessoas começaram a deslocar-se a fim de conhecer o sepulcro, originando o Caminho de Santiago de Compostela.

De modo geral os caminhos hoje se encontram sinalizados por setas de cor amarela, no chão, muros, pedras, postes, árvores, estradas, marcos de granito ou concreto, e outros. Como regra, passam sempre em frente à igreja mais importante ou mais antiga da cidade.


Embora não haja um ponto de partida definido (muitos europeus saem da porta de sua casa, seja ela onde for), a maioria dos modernos andarilhos acabam escolhendo um dos pontos que cercam à fronteira francesa, no caso, Saint-Jean-Pied-de-Port, entrando na Espanha por Roncesvalles, no sopé de Pirenéus e seguem por 750 km até Santiago de Compostela. Estima-se que um andarilho saudável e em forma física, conclua o trajeto, partindo de Saint-Jean-Pied-de-Port, entre 29 e 33 dias ininterruptos.

Para a população evangélica, um destino quase “obrigatório” é o Estado da cidade do Vaticano, sede da Igreja Católica. É uma cidade-Estado soberana sem costas marítimas, o território é murado, dentro da cidade de Roma, capital da Itália. Com 44 hectares e com uma população de cerca de 800 habitantes, o Vaticano é o menor país do mundo, tanto por população quanto por área.

Após a assinatura dos Pactos Lateranenses, isto é, entre o Estado Italiano e a Santa Sé (entidade que coordena e organiza o funcionamento da igreja Católica), a cidade-Estado do Vaticano foi fundada em 11 de fevereiro de 1929.

Dois pontos turísticos de importância são o Museu do Vaticano e a Basílica de São Pedro. Gratuita, a basílica pode abrigar mais de 60 mil turistas. Ela é adornada com 340 estátuas de santos, mártires e anjos e sua construção recebeu contribuições de alguns dos maiores artistas da humanidade, como Bramante, Michelangelo, Rafael e Bernini. Sob o altar da basílica encontra-se o túmulo de São Pedro (de onde provém o nome do local), um dos apóstolos de Jesus, e do primeiro Papa na linha de sucessão.


São Pedro foi responsável pela evangelização de grande parte da população romana. Executado no ano 64 d.C. durante o reinado do Imperador Romano Nero, o santo foi crucificado de cabeça para baixo. Entre as diversas estátuas que se encontram na Basílica, pode-se dar destaque à estátua de São Pedro, cujos pés já estão gastos e lisos, devido a tradição de se passar a mão ou beijar os membros como forma de homenagear o santo e pedir-lhe proteção. É possível assistir às missas, que são ministradas em italiano, todos os dias da semana inclusive feriados. Todo domingo pela manhã, o Papa faz uma aparição pública no balcão dos apartamentos papais, e uma audiência geral, nas manhãs de quarta-feira, aos peregrinos e fiéis.

A cúpula da Basílica também é um passeio que vale ser feito. Com uma escadaria que totaliza 551 degraus - é possível fazer parte do trajeto de elevador, e subir apenas 231 degraus -, o domo da igreja tem uma vista da cidade de Roma que recompensa o fôlego gasto na subida. Da base até sua cruz, o domo tem 136,5 metros de altura.

Dentre os locais do Vaticano, o Museu do Vaticano é o mais visto e procurado pelos turistas. São mais de 20 atrações oferecidas pelo museu que armazenam a história da igreja e da humanidade, como um jardim, a Capela Sistina - com a famosa obra de Michelangelo, O Dedo de Deus -, museu egípcio, aposentos do artista Rafael, galeria dos candelabros, museu histórico, galeria de cartas geográficas, galeria das tapeçarias entre outros.

Uma cidade que surgiu por causa de um mistério religioso, esse é o caso de Lourdes, no sul da França, que cresceu no entorno de uma gruta onde Nossa Senhora, que apareceu para uma menininha chamada Bernadette Soubirous, no século XX. A cidade vive do turismo e da peregrinação de mais de seis milhões de fiéis que visitam o santuário durante o ano. De proporção gigantesca, o santuário compreende várias capelas, igrejas e locais de recolhimento e oração.

A capela principal foi construída a pedido de Nossa Senhora, exatamente em cima da Gruta Massabielle onde ela apareceu 18 vezes para a pequena Bernadette. As aparições aconteceram entre os dias 11 de fevereiro e 16 de junho de 1858. A imagem de Nossa Senhora na Gruta (com seus 2,5 metros de altura) representa a aparição à escolhida pela Virgem Maria, no mesmo lugar e atitude.

Na época, a Virgem falou repetidas vezes no dialeto local, identificando-se como sendo a “Imaculada Conceição”. No fundo da Gruta existe a “Fonte Milagrosa”, que brotou no dia 25 de fevereiro de 1858, durante a nona aparição, quando Bernadette cavava a terra com as mãos, seguindo as orientações de Nossa Senhora que lhe dizia: “Vá beber da fonte e lavar-se nela”.


Hoje, a água desta fonte é recolhida em reservatórios que alimentam 17 piscinas e nove fontes, onde se pode tomar banho e beber a água tida como milagrosa. Por causa disso, o número de pessoas doentes que fazem tratamentos em Lourdes é enorme. Existem vários hospitais na região. É possível encher garrafas com a água e levá-la para casa. Há quem encha até galões.

A Cripta, que fica embaixo da Basílica Superior, foi a primeira capela aberta ao público. A primeira missa, celebrada no dia 19 de maio de 1866, teve a presença de Bernadette. O corredor principal foi cavado no próprio rochedo por 25 homens que trabalharam dia e noite durante três meses, entre eles o pai de Bernadette, François Soubirous.

Além do santuário, é possível conhecer outros pontos de peregrinação ligados à vida de Bernadette, como o “calabouço”, onde a garota morou com a família na pobreza, a “pia batismal, em que foi batizada na igreja paroquial, construída em 1858. O “Hospício Santa Bernadette”, onde fez a primeira comunhão e durante oito anos foi educada pelas Irmãs da Caridade de Neveres, e por fim “Batrès”, uma aldeia a quatro quilômetros de Lourdes, onde Bernadette foi criada, na sua primeira infância.

De 23 a 28 de julho, a Jornada Mundial da Juventude irá ocorrer no Rio de Janeiro, para quem não puder participar do evento no Brasil, são convidados a viver essa peregrinação em outros locais sacros, e um destes é Lourdes.

Por fim, outro local que tem destaque em turismo religioso é Paris. A cidade das luzes também presenciou uma aparição da virgem, em 27 de novembro de 1930, quando Nossa Senhora revelou a sua medalha, conhecida como “Medalhinha Milagrosa” à Santa Catarina Labouré, uma noviça das Filhas da Caridade. O nome da medalha se deu em fevereiro de 1932, quando mais de 20 mil morreram em uma epidemia de cólera, na mesma época em que as Filhas da Caridade começaram a distribuir as primeiras medalhas. Misteriosamente as curas para a doença começaram a se multiplicar, assim como sinais de proteção e conversão.

Atualmente há uma capela em homenagem a virgem em Paris, uma portinha que passa despercebida na Rue du Bac, que atrai fiéis de todos os cantos. Diariamente acontecem missas, além de benção da medalhinha milagrosa, que pode ser comprada na loja ao lado da igreja. Além da igreja da Medalhinha Milagrosa, Paris ainda conta com um grande arsenal de tesouros religiosos. É possível visitar a Notre Dame, onde estão guardados um prego, a coroa de espinhos e um pedaço da cruz, onde Jesus foi crucificado, a sainte-chapelle, com seus vitrais encantadores, a Basílica Sacre Coer e a Basílica Saint Denis, em que o padroeiro da França, São Denis, foi (talvez o primeiro) Bispo de Paris.

São Denis foi condenado a morte em 250 d.C., e decapitado pelos sacerdotes pagãos, no topo do morro mais alto de paris (Montmartre, onde se encontra a Basílica de Sacre Coer).  De acordo com a lenda, São Denis, após ter tido sua cabeça cortada, pegou a mesma, e andou por mais de três quilômetros pregando o evangelho ao longo de todo o caminho. No lugar onde parou e, de fato, morreu, foi erguido um pequeno santuário que, mais tarde, virou a Basílica de Saint Denis, que acabou se tornando o lugar onde estão sepultados os reis da França.

Retirado: http://www.jornaldeturismo.tur.br/noticias/destaques/48479-roteiros-de-turismo-religioso-na-europa-atrai-milhares-de-turistas?showall=1&limitstart=

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