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23/08/2012

Brasil precisa investir na promoção da Rio 2016


Promover um país globalmente é muito complexo. E no caso do Brasil, com tamanha diversidade cultural, econômica e social, esse desafio é ainda maior. É por esta razão que deve-se trabalhar sob a orientação de estudos e pesquisas para, com uma estratégia de longo prazo, transmitir as melhores mensagens ao mundo.

As experiências internacionais, além da participação em feiras e eventos de turismo, me permitem analisar a promoção do Brasil no exterior às vésperas de dois grande eventos esportivos. Com base na participação do país nas Copas do Mundo da Alemanha e da África do Sul, nos Jogos Olímpicos de Pequim, Vancouver e agora de Londres, posso afirmar que ainda falta ousadia nas ações promocionais. Deveríamos estar dando passos mais largos e expressivos. E aí não me refiro apenas ao turismo, mas à oportunidade de exposição mundial do país e de seus diversos segmentos.

Mesmo com um orçamento limitado, o Reino Unido lançou sua campanha explorando o turismo, a inovação, a moda, as artes, a tecnologia, entre outros. O tema GREAT (lindo, maravilhoso) mostrou os diversos aspectos do país para o mundo – veja mais no link www.visitbritain.com. O Brasil, pelo menos até agora, ainda não apostou em ações mais agressivas. Além de iniciativas isoladas do Rio de Janeiro e de Recife (desconheço outras campanhas), nos Jogos Olímpicos de Londres nossas atrações foram apresentadas apenas na Somerset House e na Embaixada brasileira na cidade.

A Somerset House, onde fica a Casa Brasil, é um espaço maravilhoso, coordenado pela Rio 2016 e pelo COB, que contam com o apoio de entidades públicas. Uma bela exposição fala da arte, da cultura, da marca olímpica e da conquista dos Jogos Rio 2016. Atividades culturais realizadas no pátio combinam o espírito olímpico com o estilo do país, dando uma ideia de como o Rio de Janeiro vai receber o evento em 2016. A loja com os primeiros produtos da marca Rio 2016 e um relógio com a contagem regressiva para as Olimpíadas, fazem parte do projeto.

A exposição Brazil at Heart (Brasil no coração ), que acontece na Embaixada, apresenta a inovação tecnológica no país, explorando pouco o turismo, a cultura e o esporte. A localização é excelente, mas por ser pequeno o espaço limita a visibilidade do Brasil. Uma atividade interativa com o jogador Neymar é a forma de participação do público, que também pode ver vídeos sobre as 12 cidades-sede do Mundial de 2014.

Apenas para exemplificar, vou citar a Casa da Rússia, país sede dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014. O espaço fica no meio do Hyde Park e permite ao visitante saber exatamente como o evento está sendo preparado. Lá também é possível conhecer a região de Sochi, a cidade-sede. Jogos interativos, vídeos, simuladores de esportes de inverno, entre outros, envolvem o visitante e despertam a curiosidade sobre o destino e o evento. Outro exemplo, é a Casa da Holanda/Heineken, que existe há 20 anos e é simplesmente fantástica! Com intensa participação dos torcedores holandeses, a sede do Comitê Olímpico do país tem uma animada agenda, com festas e atividades esportivas que começam às 10h e se estendem até a madrugada. É importante destacar que ambos os espaço, da Rússia e Holanda, contam com forte apoio da iniciativa privada.

Como sede das próximas Olimpíadas, o Brasil estará no foco da imprensa internacional ao final dos jogos de Londres. Essa exposição com certeza nos dará um retorno muito positivo. Mas mesmo assim, insisto em dizer que nossa participação ainda está muito tímida e carente de parcerias entre os diversos órgãos do governo. Além disso, a Rio 2016 e o Comitê Organizador da Copa precisam trabalhar com patrocinadores privados para alavancar projetos. Cases de sucesso já provaram que não existe impacto se não houver parceria e trabalho compartilhado. A coordenação deve estar integrada, e combinar atividades que utilizem ferramentas promocionais importantes, como mídias sociais, relações públicas etc.

Artigo publicado na página 41 do Jornal Panrotas de 21 a 27 de Agosto, 2012.
*Jeanine Pires, presidente do Conselho de Turismo e Negócios da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio SP).


Retirado:http://www.abeoc.org.br/2012/08/brasil-precisa-investir-na-promocao-da-rio-2016/

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